Nutrientes na modulação do Cortisol e do DHEA
- Mariana Andrade
- 1 de mar. de 2018
- 3 min de leitura

Dehidroepiandrosterona (DHEA) é um hormônio endógeno, sintetizados e excretados pela zona reticular do córtex adrenal em resposta ao hormônio adrenocorticotrópico (ACTH).
É produzida nos testículos e ovários. É derivado do colesterol, que é metabolizado pelo citrocromo P450, produzindo a pregnenolona, que dá origem ao DHEA e progesterona. Na gestação grande produção de DHEA é produzida pelas glândulas adrenais fetais. Após o nascimento reduz, permanecendo estável até 5-7 anos. Na adrenarca, as glândulas adrenais voltam a aumentar a produção de DHEA, acelerando na puberdade.
Dos 20 aos 30 anos ocorre o seu pico máximo e depois há um declínio, diminuindo 2% ao ano. Aos 80 anos, há apenas 10 a 20% do pico de produção máxima nos jovens.
O DHEA é um potente modulador da resposta imune. No envelhecimento, enquanto o DHEA diminui, os glicorticóides (cortisol) aumentam.
Dessa forma, parece que o envelhecimento aumenta a ação dos glicorticóides no sistema imune com menor atuação positiva do DHEA, devido ao seu declínio. Em situações de estresse, o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é ativado, liberando o hormônio adenocorticotrófico (ACTH), estimulando a liberação e biossíntese de cortisol.
Assim há aumento do risco de doenças para o organismo, pois há supressão de processos anabólicos e imunológicos, podendo ocasionar doenças como diabetes, hipertensão, hiperlipidemia, hipercolesterolemia, amenorréia, impotência sexual, déficit de crescimento e de reparo tecidual, além de distúrbios do SNC, ocasionando patologias associadas à alteração de humor.
Pelo fato do DHEA ter uma razão negativa com o cortisol, a modulação do cortisol, por meio de nutrientes e alimentos específicos, poderiam normalizar os níveis de DHEA e modular o sistema imune. Papel dos Nutrientes e alimentos na modulação hormonal
É importante administrar todos os nutrientes necessários para manter os níveis adequados de cortisol e consequentemente de DHEA, isto inclui proteínas de alta qualidade, carboidratos complexos, ácidos graxos essenciais, vitaminas e minerais. É importante evitar restrição severa de calorias, já que uma diminuição de 50%, pode contribuir para o aumento de 38% nos níveis de cortisol. O jejum e a desnutrição também aumentam os níveis de cortisol. A administração de vitamina E diminui o estresse oxidativo produzido por exercício físico; O ß-sitosterol presente em frutas, vegetais e frutos oleaginosos mostrou efeitos na diminuição do cortisol. É abundante, principalmente no abacate, representando 83,3% da composição de gorduras deste alimento, sendo que o óleo de abacate possui 25 vezes mais vezes ß-sitosterol em relação a fruta.
Em estudo com maratonistas, uma mistura de ß-sitosterol com seus glicosídeos houve diminuição do cortisol e aumento do nível de DHEA, melhorando a imunidade; O ômega-3 em estudo com pacientes com depressão, isolado ou associado com fluoxetina, reduziu o cortisol e citocinas inflamatórias. A fosfatidilserina em homens saudáveis exercitados, mostrou diminuir os níveis de cortisol ao estresse físico. A cafeína também tem seu efeito sobre o cortisol, aumentando-o, já que aumenta a produção de ACTH. O chocolate amargo diminui a excreção urinária de cortisol e catecolaminas. A suplementação de vitamina C também diminui os níveis de cortisol.
O extrato de Rhodiola rósea também tem a habilidade de aumentar a resistência a estresse químico, biológico e físico.
Apesar do DHEA não ter seu exato papel biológico conhecido, estudos mostram a sua importância na imunidade e na prevenção de doenças. É importante salientar que a suplementação de DHEA deve ser prescrita apenas pelo médico, todavia o nutricionista pode utilizar uma estratégia eficiente na modulação do DHEA, ao orientar a utilização de alimentos e nutrientes que auxiliam na redução do cortisol, já que ele e DHEA fazem parte do mesmo eixo Hipotálamo hipófise adrenal.
FONTE: (Adaptado) Texto elaborado pelo Depto.Científico da VP Consultoria Nutricional.
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